Tal como prometi ontem , os capítulos I, II e III da Equação do Amor segundo o meu pai
I
RUÍDOS ESTRANHOS
Eu tinha acabado de vir do hospital e
permanecia deitada numa cama articulada no quarto dos meus pais, sem fazer
movimentos. Certo dia uma das minhas irmãs, ao passar no corredor ouviu uns
sons estranhíssimos vindos desse quarto,
Foi ver. O que era, afinal?
O santo do meu pai estava deitado ao pé
de mim a ler-me livros de cow-boys, mas com animação, isto é fazia todos os
barulhos inerentes a uma verdadeira cowboyada : ouviam-se balas, flechas, o relinchar dos cavalos e,
mesmo, índios em pé de guerra. Quase que se ouvia o sheriff a entrar no saloon.
II
STEVIE WONDER
Quando ia a Lisboa, o meu pai gostava de
se deslocar ao Chiado e comprar um disco para nos trazer. Uma certa ocasião
estava na berra aquele êxito do Stevie Wonder: I’ve just called to say I
love you e o meu pai quis logo comprá-lo, mas não sabia o nome do
cantor, nem o título da canção. Então para se fazer compreender pelas meninas
da discoteca, identificou-o assim: “aquele ceguinho que cantou no estádio do
Restelo”. Ainda hoje, guardamos o disco.
III
CARTEIRAS
Em dias de férias, na praia, o meu pai
adorava “implicar” com a D. Gina, uma das nossas companheiras E fazia-o de uma
forma muito engraçada: “roubava-lhe” as carteiras, punha-as à tiracolo e com um
chapéu de palha, gostava de passear pelo areal.
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