quarta-feira, 17 de junho de 2015

Tal como prometi ontem , os capítulos  I, II e III da Equação do Amor segundo o meu pai



RUÍDOS ESTRANHOS

Eu tinha acabado de vir do hospital e permanecia deitada numa cama articulada no quarto dos meus pais, sem fazer movimentos. Certo dia uma das minhas irmãs, ao passar no corredor ouviu uns sons estranhíssimos  vindos desse quarto, Foi ver. O que era, afinal?
O santo do meu pai estava deitado ao pé de mim a ler-me livros de cow-boys, mas com animação, isto é fazia todos os barulhos inerentes a uma verdadeira cowboyada : ouviam-se  balas, flechas, o relinchar dos cavalos e, mesmo, índios em pé de guerra. Quase que se ouvia o sheriff a entrar no saloon.

 II

 STEVIE WONDER

Quando ia a Lisboa, o meu pai gostava de se deslocar ao Chiado e comprar um disco para nos trazer. Uma certa ocasião estava na berra aquele êxito do Stevie Wonder: I’ve just called to say I love you e o meu pai quis logo comprá-lo, mas não sabia o nome do cantor, nem o título da canção. Então para se fazer compreender pelas meninas da discoteca, identificou-o assim: “aquele ceguinho que cantou no estádio do Restelo”. Ainda hoje, guardamos o disco.


III

 CARTEIRAS

Em dias de férias, na praia, o meu pai adorava “implicar” com a D. Gina, uma das nossas companheiras E fazia-o de uma forma muito engraçada: “roubava-lhe” as carteiras, punha-as à tiracolo e com um chapéu de palha, gostava de passear pelo areal.


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